Cristiane Sinatura
Os tempos realmente são outros. Hoje as mulheres não mais limitam suas atividades às paredes de casa. Desde meados do século XX, elas começaram a sair para o mundo e hoje já têm um espaço definitivamente consolidado num meio antes dominado por homens. Mas as mulheres modernas continuam empenhadas numa tarefa antiga: a de criar os filhos. Como conciliar, então, a atuação no mercado de trabalho com o papel de mãe? A resposta pode ser encontrada nas escolas de educação infantil. "Muitas vezes, as famílias não cogitam contratar babás, por uma questão de confiança", explica a psicóloga Maria Rocha, da Escola de Educação Infantil Ápice, na zona Sul de São Paulo. "Entretanto, nem sempre as mães estão dispostas a abrir mão de suas carreiras. Nesses casos, a escola é uma saída tão viável quanto saudável".Foi o caso de Carla Cristina de Barros. O filho Matheus, hoje com um ano e oito meses, está matriculado no berçário da Escola Ápice desde os quatro meses, em meio período. Na outra metade do dia, ele fica com os avós. Carla acredita que a escola seja importante para o desenvolvimento dos pequenos. "Em comparação a crianças que ficam em casa, acredito que meu filho tem crescido mais rápido", explica a mamãe.Apesar da angústia inicial, Carla diz que tanto ela quanto Matheus se ajustaram bem à experiência. Agora, mãe e filho enfrentam novo período de adaptação: Matheus está indo para o mini-maternal. "Mas ele é muito extrovertido e isso facilita o processo. Estou com o coração tranqüilo", desabafa Carla.Já Patrícia Aparecida Mello não se adaptou muito bem à experiência. Ela encaminhou à Ápice a pequena Giovanna, de quatro meses. "Ela passava 12 horas na escola, enquanto eu trabalhava", conta a mãe. "No início, a separação me deixou angustiada. Quando passei a me sentir mais tranqüila, percebi que a Giovanna precisa também de convívio familiar". Quatro meses depois, a pequena voltou a passar os dias inteiros em casa. "Parei de trabalhar para ficar mais tempo com a minha filha, hoje com onze meses. Mas pretendo voltar a trabalhar ainda, em algum emprego que me permita ficar um pouco em casa". O ideal é que a criança pequena (em torno de dois anos) não passe o dia todo na escola. Deve haver uma ponderação harmoniosa, uma vez que os pais também precisam fazer parte da criação dos filhos. "É natural que a escola tenha mais tempo no processo de desenvolvimento infantil, mas os pais não podem simplesmente transferir para os educadores a formação moral de seus filhos", expõe a psicóloga Maria Rocha.
Todos os fatores devem pesar na escolha dos pais - recorrer às escolas infantis ou abrir mão da carreira? Caso seja dada preferência à primeira opção, confiança é a palavra de ordem. "Não é fácil para os pais abrirem mão da participação integral no crescimento dos filhos. Nada mais recomendável do que dividir a tarefa com alguém confiável", finaliza Maria.
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