07 agosto 2013

A Criança e o Crime: Refletindo

   Creio que está todo mundo perplexo e se perguntando o que levaria um garoto de 13 anos a matar sua família. Há uma vasta lista de hipóteses que vai da influência dos jogos do vídeo game à questões espirituais. Eu não me atrevo a dar um veredito porque os dados que tenho são proveniente da mídia, eu não conheço a história da família e nem como era o relacionamento entre eles. O que eu quero nesse texto é refletir sobre alguns aspectos a partir desse fato chocante e assustador.
   Encontramos na mídia várias notícias envolvendo crianças/jovens e a criminalidade, e tendemos a ver como algo relacionado a questões econômicas e raciais do tipo "isso só acontece com negros e pobres". Quando um caso foge dessa esfera de normalidade (um menino branco e de classe média) a nossa perplexidade tende a ser maior. Mas será que a violência e criminalidade na infância e adolecência tem que ser tratado de maneira tão simplista?
   Os fatores de risco para uma conduta infracional são multideterminados por relações complexas entre variáveis biológicas e ambientais, e estão nas seguintes esferas esferas (citarei exemplos em cada uma delas pra esclarecer):
  • Pessoais: consumo de drogas; pobreza 
  • Familiares: violência na família; vínculos pouco efetivos; supervisão inconsistente; punição severa 
  • Sociais: morar em bairro violento;  filmes e jogos de vídeo game violentos (é importante ressaltar que a mera exposição não é suficiente para desenvolver comportamento agressivo
  • Escolares: Dificuldade de aprendizagem; Capacidade verbal e em resolução de problemas baixa 
  • Biológico: fatores genéticos (estudos sugerem que a contribuição ambiental para a agressividade é maior que a biológica - CHRISTIANSEN, K.; KNUSSMANN, R. Androgen levels and components of aggressive behavior in men. Hormones and behavior, n. 21, 1987, p. 170-180)
   Como pudemos perceber, explicar um comportamento violento e criminoso é muito mais complexo do que usar a explicação de "porque era preto e pobre" e caso tenha sido algo fora desse padrão foi "porque ele estava dominado por espíritos malígnos". É claro que encontraremos muitos "pretos e pobres" infratores pois estes em grande parte encontram-se em situação de risco, o que não quer dizer que devemos generalizar.
   Além dos fatores de riscos, tem-se ainda os fatores de proteção que muitas vezes até neutralizam os fatores de risco. Como por exemplo: uma escola que não desiste e motiva o aluno; uma família com afeto, diálogo e limites; lazer e esporte na comunidade e etc. Este caso me fez refletir em como temos que observar se as crianças de nosso convívio estão mais expostas a fatores de risco ou de proteção, você já pensou nisso? E como eu tenho um intuito de dialogar com as famílias, convido a você a refletir e a tornar a sua família um fator de proteção para o seu filho!

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