20 novembro 2014

Depressão e a vida moderna: Uma reflexão

   Eu assisto a muitos vídeos no Youtube e hoje um me fez refletir e escrever este post. Foi um vídeo do canal Fernanda Cezimbra onde ela conta a experiência dela com a depressão. Eu já falei sobre esse tema antes, mas é um assunto tão vasto que daria pra ter um blog apenas sobre isso. O que me chamou a atenção e de certa forma me fez escrever este post foi uma fala da Fernanda que diz: "(...) Eu não tenho essa vida idealizada que toda blogueira tem, eu não tenho uma família estável, eu não tenho muito dinheiro, eu não tenho a melhor vida do mundo (...)" . E quem tem a melhor vida do mundo?! Quem tem a vida perfeita?! Uma coisa que gostaria de deixar claro é que não pretendo de maneira nenhuma analisar, julgar ou propor qualquer tipo de intervenção a Fernanda, eu apenas farei algumas reflexões a partir do relato que ela fez em seu canal, especialmente referente a esta fala que transcrevi acima.
     O mundo moderno tem algumas características que são importantes de serem consideradas ao se pensar na depressão. Uma delas é o processo de individualização onde há um distanciamente cada vez maior do outro e há uma tendência do indivíduo guardar para si suas emoções e sentimentos, expressando publicamente somente o que seria socialmente recomendável. Aplica-se muito bem nesse contexto a frase "o jardim do vizinho é sempre a mais verde" , onde nós nos baseamos muitas vezes no que é mostrado pelos outros, "os vizinhos": casamento perfeito, relacionamento com os filhos perfeitos, corpo perfeito, trabalho perfeito, etc...mas muitas vezes nós também transparecemos essa perfeição e somos "o vizinho" para muita gente. Conclusão, vida perfeita não exise. Nem a da blogueira, nem a da artista, nem a do seu vizinho...

     Outro aspecto da modernidade é o modelo de felicidade que ela nos impõe: temos que produzir muito, tomar decisões, buscar nossos objetivos, sermos independentes. Tudo isso exercendo uma profissão estabelecida como bem sucedida, consumindo desenfreadamente e mostrando sempre o quanto estamos bem vivendo a vida perfeita. Perceberam o ciclo vicioso?!
      Não estou querendo propor uma vida sem consumo ou que seja errado você querer melhorar e ir atrás dos seus sonhos. O que eu quero dizer é que muitas vezes nós nem pensamos no que nos faz feliz (ou tristes), apenas queremos nos encaixar em um modelo e que os outros acreditem que estamos bem. Alguns pensamentos a respeito disso seriam: "Eu quero um Iphone 6 porque eu acredito que ele seja um celular funcional que atenda as minhas necessidades ou porque eu quero mostrar pra todo mundo que eu posso ter um celular da moda?!". "E se eu não conseguir me encaixar no padrão proposto?! O que fazer se eu não tenho a "barriga trincada" ou condições de comprar um Iphone 6?!" 
     Nós sabemos como lidar com essas frustrações?! O seu filho sabe como lidar com isso?! 
     Eu sempre falo da importância de reconhecer e saber lidar com as emoções, pois a partir daí será mais fácil de procurar meios alternativos de lidar com as adversidades. Por mais que você proteja seu filho ou até você mesmo, as adversidades e frustrações vão aparecer e o que será importante é a sua maneira de agir perante elas. Então, converse, estimule o seu filho a falar sobre os acontecimentos ruins e que ele saiba que qualquer jardim pode ter uma grama  verde e ser  florido!
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2 comentários:

  1. Excelente post... vou compartilhar bastante! Tem muita coisa pra refletir nisso tudo... tipo nas redes sociais... já assisti vários programas onde se falava sobre esta questão da grama do vizinho... ao msm tempo tbm se falava dos tipos de coisas que deveríamos compartilhar... se compartilham só "as coisas boas" está errado! Se compartilham o que realmente se sente tbm está errado! Não sei se está entendendo o que estou dizendo... são conclusões de vários programas que assisti... vc poderia escrever mais sobre isso neh?! rsrs bjo - boa semana

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    1. Débora, farei sim um post explicando a minha visão sobre o que devemos compartilhar...obrigada pela dica!

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