18 fevereiro 2014

O desenho como forma de expressão da criança

   Desde muito pequenas, as crianças adoram desenhar. Uma das atividades infantis mais prazerosas é se debruçar sobre uma folha de papel para criar formas e traços multicoloridos. Pergunte para uma criança o que ela desenhou, que um mundo irá se descortinar diante de nossos olhos, revelando diversos personagens e histórias. Mas não é só para a meninada que o desenho é carregado de significado. Através dele, a criança pode dizer muito sobre o que pensa, como se sente, do que gosta, e expressar sua criatividade como um todo. 

 
 O desenho pode ser uma das principais maneiras da criança se expressar. Ele antecede outras formas de comunicação, como a fala e a escrita, e evolui com o passar do tempo, sempre servindo como uma ferramenta para seu desenvolvimento cognitivo. Por meio do desenho, a criança mostra e amplia sua visão de mundo, e também desenvolve sua capacidade motora.
   Existem muitas maneiras de estimular a criatividade e a expressão das crianças por meio do desenho. Para isso, é muito importante conhecer e respeitar as diferentes etapas de seu desenvolvimento e não exercer um controle muito grande sobre sua criação. Às vezes, mesmo tentando apenas incentivar as crianças a se expressar, os pais acabam se excedendo e desestimulando seus  filhos, por meio de iniciativas equivocadas.
    Os primeiros rabiscos, até o segundo ou terceiro anos de idade, já mostram a vontade da criança se expressar, mesmo se elas ainda não têm muita coordenação motora. Nessa etapa, elas geralmente seguram o lápis ou o giz de cera com a mão fechada, sem fazer o movimento de pinça com os dedos, que geralmente será possível um pouco mais para a frente.
    Nessa fase, considerada de grafismos, elas acabam ultrapassando o limite do papel e colocando muita força no traço, mas já sabem muito bem o que querem dizer com aquela representação. Elas podem explicar sobre o que aquele desenho se trata e também são capazes de nomear seus traços. O segredo para incentivar as crianças nessa etapa é não tentar reelaborar seus desenhos, mesmo se, para os pais, eles não parecem fazer muito sentido. O que a criança vê é o que importa. Converse com ela e deixe que sua imaginação tome conta.
   Entre os três ou quatro anos de idade, a criança já consegue limitar seu desenho no papel e segurar o lápis com a ponta dos dedos. Os desenhos já têm formas mais definidas e esquematizadas. Um corpo humano, por exemplo, já apresenta cabeça, tronco, braços e pernas. A partir dos cinco anos de idade, a criança já representa com mais detalhes os fatos ou personagens de seu dia a dia, como sua família, amigos ou personagens favoritos de histórias. Quanto mais velha a criança, mais ela vai enriquecer seus desenhos, sendo capazes de, em um certo momento, expressar noções de perspectiva e profundidade.
    Nós adultos não podemos esquecer que, desde o início, as manifestações gráficas acompanham o desenvolvimento da criança. Não é aconselhável tentar ultrapassar as etapas de seu crescimento. Portanto, por mais que seja tentador corrigir um desenho para mostrar que uma árvore tem folhas e frutos, por exemplo, isso não deve ser uma imposição no momento em que seu filho ainda estiver na fase dos traços. Você pode desenhar a sua versão do que ela está ilustrando, mas lembre-se sempre de que, ali, ninguém desenha melhor que ninguém.
     O desenho é uma maneira de estimular a criança a compreender melhor o mundo que a cerca e também uma forma de autoconhecimento. Portanto, a participação dos pais é sempre bem-vinda, desde que seja adequada a cada momento da vida de seu filho e voltada principalmente para estimular seu desenvolvimento.
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14 fevereiro 2014

O LEITOR QUER SABER: O que fazer para o pai aceitar que tem um filho homossexual?

Um leitor de 16 anos me enviou um e-mail contando que há 3 meses namora um garoto de 14 anos. Quando o pai descobriu o relacionamento disse ser contra por preferir que o filho se relacione apenas com garotas e desde então o pai mal fala com ele. O adolescente então me pergunta o que ele poderia fazer para que o pai aceite e entenda a sua escolha.

   A partir do momento que eu recebi esse e-mail eu refleti e pesquisei alguns artigos sobre o tema. Apesar de ser um assunto que está em constante discussão, a homossexualidade ainda é um tabu, especialmente quando se trata de um adolescente. O foco dessa reflexão vai ser sobre relacionamento pai e filho, já que foi o que o leitor me questionou.
   Contudo, considero interessante falar brevemente sobre "ser homossexual". Todo comportamento é multideterminado: fatores biológicos, história de vida do indivíduo e fatores culturais. Para analisar qualquer comportamento, inclusive a homossexualidade temos que levar em conta estes fatores. 
  • Fatores biológicos: Muitos consideram o comportamento homossexual como anti-natural. Entretanto há um grande número de animais que apresentam relações macho-macho e fêmea-fêmea. Analisando fatos da antiguidade, observaremos que a homossexualidade não é algo tão atual (relações entre guerreiros de diversos povos e mítica Ilha de Lebos onde mulheres teriam criado uma sociedade onde ocorriam relações afetivas e sexuais femininas). Assim, no sentido biológico, há indicativos de que a homossexualidade seja um fato natural.
  • História de vida do indivíduo: Há alguns relatos na literatura que sugerem uma relevância de eventos ambientais na homossexualidade. Dentre estes eventos ambientais estariam: sensação de ser diferente dos pares; experiências sexuais precocee com adultos do mesmo sexo; identificação com o grupo homossexual, dentre outros.
  • Fatores Culturais: Muitas das diferenciações do que é feminino ou masculino são determinados pelas práticas culturais, como por exemplo: rosa é pra menina e azul para menino. Se um menino diz que gosta da cor rosa muitas vezes funciona como um indicativo para a homossexualidade. Há o registro sobre grupos Balcãs Ocidentais, onde a divisão sexual do trabalho é extremamente rigorosa e apenas homens podem realizar trabalho externos no campo, e em família onde há apenas mulheres, para que uma delas possa trabalhar no campo esta adota publicamente uma identidade masculina. 
   Pode-se perceber que o comportamento sexual é complexo. Os fatores biológicos, ambientais e culturais estão interligados. Sendo assim, não há como dizer qual fator é o mais determinante. Bem, com uma breve explicação sobre a multideterminação do comportamento homossexual vamos falar sobre o relacionamento pai e filho. Quando eu li este e-mail eu me lembrei de uma reflexão que fiz na fanpage do blog sobre o final da novela da Rede Globo "Viver a Vida". Creio que devemos levar em consideração alguns pontos:
  1. O filho entender o pai: Quando uma pessoa sabe que terá um filho ela começa a idealizar a criança: saudável, bom aluno, popular, heterossexual, etc. Quando o filho real se diferencia muito do ideal, como por exemplo, um filho homossexual ao invés de heterossexual, é comum que este pai (ou mãe) experimente uma espécie de luto. Além disso, temos que considerar que muitas pessoas consideram o comportamento sexual como pecado e imoral devido a religião, não sei se isso é o caso do pai do leitor. E ainda tem o fato de encarar toda a sociedade, que na maioria das vezes não aceita a homossexualidade como algo normal. Desse modo, aceitar um filho como homossexual não é algo que aconteça do dia pra noite e que seja fácil para os pais. O fato dos pais não falarem sobre assunto pode ser simplesmente pelo fato deles não saberem o que falar ou até mesmo, pelo medo de que tocando no assunto eles estejam de alguma forma incentivando o comportamento homossexual. É um processo.
  2. O pai entender o filho: Os pais muitas vezes ao descobrir um filho homossexual tentam encontrar a causa e a "cura" para tal comportamento. Mas como descrito no início do post o comportamento sexual é complexo e multideterminado. Encontrei um artigo sobre um pai relatando sobre como foi a sua experiência com um filho homossexual.
  3. "Há tempo para tudo": Eu considero esta frase bem adequada para se falar sobre a sexualidade na adolescência.Você tem 16 anos e seu namorado 14. Vocês são novos e podem não ter maturidade e informações suficientes para iniciar uma vida sexual. Não apressem as coisas.
  4. "Construindo Pontes": Se algum dia eu escrever um livro sobre relacionamento pais e filhos este será o título. Para construir a ponte sobre o abismo que se formou entre você e seu pai é preciso esforço dos dois lados. Os pontos 1 e 2 são muitos difíceis. Eu não direi que seja fácil reconstruir uma relação entre pai e filho para que ela seja saudável e  possua os igredientes esseciais: amor, diálogo e limites. Sim, limites! Como disse no ponto 3, vocês são adolescentes e devem respeitar os limites impostos pela família de vocês ao namoro (assim como um casal de namorados heterossexuais). Quando o diálogo entre vocês for resgatado (assim que seu pai passar por essa espécie de luto) não veja o limite como preconceito.
  5. Como resgatar o diálogo? Mais uma vez eu repito, não é fácil. Mas não desista. Você pode mostrar (e falar) ao seu pai que você entende o lado dele e fale com ele sobre o que você sente a respeito dessa situação. Enfim, espero que o amor entre pais e filho esteja acima da opção sexual.
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04 fevereiro 2014

Ansiedade

   A ansiedade está entre uma das principais demandas no BEM VIVER Consultório de Psicologia. Você sabe o que significa estar ansioso (a)? 
   Um indivíduo considerado ansioso, apresenta mudanças corporais em frente a estímulos que indicam uma situação aversiva. Assim, para o tratamento deste transtorno é necessário investigar a história de vida do cliente, para identificar e entender de que maneira essas situações aversivas controlam o comportamento ansioso do cliente. Tais situações aversivas podem estar relacionadas à convivência atual ou passada do indivíduo.
   Dentre os sintomas* da ansiedade, podemos destacar:

  • Preocupações, tensões ou medos exagerados (a pessoa não consegue relaxar)
  • Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer
  • Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho
  • Medo extremo de algum objeto ou situação em particular
  • Medo exagerado de ser humilhado publicamente
  • Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade
  • Pavor depois de uma situação muito difícil.
* Fonte: http://www.minhavida.com.br/

   Dê uma lida neste artigo, caso tenha mais dúvidas.
Caso você resida em Valparaíso de Goiás e Proximidades e necessite de um psicólogo, procure o BEM VIVER Consultório de Psicologia. Agende sua avaliação!
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BEM VIVER Consultório de Psicologia
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