11 fevereiro 2015

Sobre recasamento, filhos e enteados

   Falar de recasamento nos remete a um assunto que é bem polêmico: as novas configurações familiares. A família é um dos primeiros grupos sociais que temos contato e como tal estabelece limites e regras. Além de nos preparar para interação com outros grupos sociais. Para a antropologia, a família está presente em todas as culturas como um sistema social básico que pode ser constituída por laçoes de sangue, parentescos ou alianças. Já o IBGE a define como conjunto de pessoas que residem emum mesmo domicílio (ou que more só em uma comunidade domiciliar) e que são ligadas por laços de parentescos, dependência doméstica ou normas de convivência.
      A psicologia define família como um grupo de pessoas relacionadas por consanguinidade ou laços afetivos e de cuidado que desenvolveram certos padrões de interação que são justificados por uma história deconvivência. Falando brevemente sobre novas configurações familiares - esse tema daria um post inteiro - desde a Revolução Industrial - onde foi instituído a privacidade na família - esta vem sofrento transformações. Os fatores significativos nessas constantes mudanças são o avanço tecnolóico e científico - principalmente os relacionados a reprodução humana - e ainda; mudanças sociais, como, por exemplo, o compartilhamento de direitos e deveres pelo homem e pela mulher dentro do casamento.
        Uma dessas configurações diz respeito a família recasada, onde pelo menos um dos parceiros tem um filho do casamento anterior. Esta configuração apresenta uma complexidade estrutural que não se permite falar em uma família recasada típica. A sua complexidade também refere-se às relações potencialmente conflituosas: filhos de outra união; novo relacionamento conjugal; contato com ex-parceiros por causa dos filhos em comum; etc. Sem falar no árduo caminho de se chegar a uma identidade da família, visto que tem-se a tendência de se repetir o modo de se reacionar vindos da família anterior. 
Imagem do blog Unidos Contra o Mundo

       Dentre as preocupações diante de um recasamento está a adaptação do filhos a nova realidade, além do relacionamento com enteados. Asim, abaixo encontram-se algumas dicas sobre como lidar com essa situação:
  • Tenha paciência e seja tolerante. Cada membro da "nova família" terá um ritmo de adaptação. Entretanto, esta parece ser mais complicada entre filhos adolescentes e adultos;
  • A responsabilidade de cuidar dos filhos dentro de um recasamento não deve excluir a influência (e autoridade) dos pais biológicos. Ser ex-marido ou ex-mulher não significa ser ex-pai ou ex-mãe;
  • Se você é padrasto/madrasta, não espere que seu (sua) enteado (a) te aceite de imediato e nem se sinta pressionado a substituir o pai/mãe biológico. O laço afetivo é construído no dia-a-dia do convívio familiar;
  • O diálogo é a melhor maneira de solucionar conflitos. Sei que não é uma tarefa fácil, especialmente se tratando de adolescentes, mas é algo a ser trabalhado no dia-a-dia. Coloque-se no lugar do outro e diga como se sente. Se seu (sua) enteado (a) falou ou agiu de modo que te aborreceu diga isto a ele (a), logicamente, de uma maneira assertiva. Lembre-se, estamos falando de um diálogo, então fale, mas também escute o que ele tem a dizer;
  • Esclareça junto ao seu filho a autoridade do (a) padrasto/madrasta na coloação de limites.
   Uma família recasada de modo algum significa família desestruturada e como em todo, e em qualquer, tipo de interação não há uma receita ou fórmula para que seja saudável e harmoniosa. Entretanto é importante ter paciência, flexibilidade e estar aberto.

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4 comentários:

  1. Tão complicado Le.
    Meu filho já ta moço e tem ciúmes.
    Meu namorado tem 2 filhas mas eu não convivo com elas, até pq ele não faz questão.
    Eu já fiz questão de ter a interação, mas percebi que ele não quer.
    Não sei se é certo ou errado, fato é que deixei de lado.
    Não tenho contato.
    Mas se um dia rolar casamento sei que vou ter problemas, como esses apresentados.

    bjokas =)

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    1. Realmente é um situação muito complicada, Bell! Os filhos podem querer disputar o pai ou a mãe ou sentirem-se culpados por gostarem do padrasto/madrasta. Boa sorte pra vc com sua turminha! Beijo

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  2. Lê, é mesmo difícil ser madrasta.
    Minha situação ficou mto complicada porque eu já não tenho paciência de dialogar.
    Meu enteado de 23 anos foi "obrigado" a morar conosco para arrumar trabalho, pq não queria mas estudar e o pai deixou de pagar pensão.É um homem e cheio de maus hábitos.
    Realmente não esta uma boa convivência.
    Obrigada...Beijossss

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    1. Olha, ele já é um adulto e não tem como você mudar os maus hábitos dele. Mas, pra se haver uma boa convivência o diálogo é essencial. Ele tem que saber o que ele faz que te incomoda e vc tem que saber o que você faz que o incomoda também. Assim, sente com ele e tenham uma conversa franca, de adultos...boa sorte! Beijo

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